Edição de 2017: Espaços e poderes na Europa urbana medieval

O Instituto de Estudos Medievais da NOVA-FCSH e a Câmara Municipal de Castelo de Vide organizam nos próximos dias 5 a 7 de outubro de 2017 as II Jornadas Medievais Internacionais de Idade Média, este ano subordinadas ao tema dos “Espaços e Poderes na Europa Urbana Medieval”.

A cidade medieval pode ser encarada como um palimpsesto, capaz de revelar a sociedade que a moldou e ocupa e de exprimir as tensões entre o jogo das forças naturais -determinantes na escolha ou na utilização do sítio- e o que resulta da ação humana, procurando revelar a identidade das paisagens urbanas e periurbanas a partir da interpretação da correlação entre a vivência e a forma. Na verdade, a leitura das paisagens pode ser um meio de apreender o grau e diversidade do corpo social que as ocupa, a maior ou menor concentração populacional, a organização do trabalho, o dinamismo religioso, e sobretudo, a dinâmica dos poderes que sobre ela se exerce.

Todavia, a integração da história na análise da forma e evolução dos espaços urbanos e das suas vivências surge como indispensável quando se tem presente que cabe à história a precisão cronológica e sobretudo, o desvendar dos parâmetros que enformavam a sociedade que organizava e ocupava esses espaços. A análise do espaço tem de levar em conta que a cidade é a forma mais complexa de interdependência entre os homens, organizando a sua existência social mediante formas e regras específicas.

No caso das cidades medievais é necessário sempre ter presente que elas integram um fenómeno determinante, de grande envergadura e significado, que se afirmou numa Europa essencialmente ruralizada, pelo que a sua compreensão não pode ser dissociada do entendimento da sua envolvente rural. Inseridas numa sociedade feudal e cristã que considerava o campo como espaço preferencial, as cidades tendiam a afirmarem-se como um corpo em oposição a sistemas de valores dominantes, sendo, portanto um local de tensões e de equilíbrios precários e que apenas podem ser inteiramente entendidas quando se detetam essas influências.

A estrutura do encontro contará com três conferências plenárias realizadas por investigadores convidados pela organização e com sessões temáticas. Casa uma dessas sessões será constituída por três comunicações e terá a duração de 60 minutos. Os investigadores interessados poderão propor assim sessões ou comunicações individuais. Estas últimas serão agrupadas pela organização em painéis coerentes. Poderão ainda ser apresentados posters no âmbito dos painéis temáticos propostos.

As jornadas contam também como um programa sociocultural que inclui uma visita guiada à vila de Castelo de Vide, o Jantar das Jornadas, bem como visitas a Marvão e à Ammaia, a realizar no final do evento científico. Durante o encontro será ainda lançado o livro que resultou das I Jornadas Internacionais de Idade Média de Castelo de Vide, realizadas em outubro de 2016.

As línguas do encontro são o português, o espanhol, o francês e o inglês.